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Movimento das diatomáceas

As diatomáceas são algas microscópicas envoltas por uma carapaça silicosa denominada frústula, e estão amplamente distribuídas em ambientes aquáticos, tanto marinhos quanto continentais. Embora por muito tempo tenham sido consideradas imóveis, diversos estudos demonstram que muitas espécies são capazes de se mover de formas distintas, com mecanismos específicos entre os dois principais grupos morfológicos: as diatomáceas penadas e as cêntricas .


As diatomáceas penadas, especialmente aquelas dotadas de uma estrutura chamada rafe – uma fenda longitudinal presente em uma ou ambas as valvas da frústula – realizam o chamado movimento gliding, ou deslizamento. Esse movimento é possível graças à secreção de mucopolissacarídeos através da rafe, que cria uma trilha adesiva entre a célula e a superfície. Internamente, proteínas do citoesqueleto, como a actina, em associação com proteínas motoras, atuam no transporte dessas vesículas ao longo da rafe, promovendo o deslocamento da célula.


A velocidade média do movimento varia entre 1 a 25 micrômetros por segundo, dependendo da espécie e do substrato. As células são capazes de mudar de direção, parar, reiniciar e até inverter o sentido do movimento, o que confere grande flexibilidade comportamental.


As principais funções desse tipo de locomoção incluem a busca por luz e nutrientes, formação e reorganização de biofilmes, colonização de novos substratos, e até mesmo a fuga de predadores ou condições desfavoráveis.


Já nas diatomáceas cêntricas, que não possuem rafe, observa-se outro tipo de movimentação, mais sutil: o movimento rotacional. Algumas espécies são capazes de girar em torno de seu próprio eixo quando estão suspensas na coluna d’água. Esse movimento pode ocorrer de forma lenta e contínua, e embora ainda não seja completamente compreendido, acredita-se que esteja relacionado à disposição dos poros na frústula e à secreção assimétrica de mucopolissacarídeos, ou ainda a alterações no centro de massa da célula. A rotação pode auxiliar na redistribuição da célula em relação à luz (fototaxia passiva), melhorar o acesso a nutrientes e facilitar a interação com correntes aquáticas. Embora a velocidade rotacional não seja expressiva em termos de deslocamento espacial, esse comportamento contribui para o reposicionamento da célula em microescala e pode ter importância ecológica em ambientes com forte estratificação ou competição por luz.


Esses diferentes modos de locomoção mostram que as diatomáceas são organismos mais dinâmicos do que se pensava, capazes de interagir ativamente com seu ambiente. Essa capacidade de movimentação, ainda que discreta, confere vantagens adaptativas importantes e reforça o papel ecológico essencial dessas microalgas nos ecossistemas aquáticos.


Movimento das diatomáceas
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