Cleptoplastídios (ou kleptoplastos) são cloroplastos que foram "roubados" por um organismo de outro organismo fotossintético. Este processo ocorre quando um organismo heterotrófico (como alguns dinoflagelados, ciliados ou foraminíferos) consome uma alga fotossintética e retém seus cloroplastos para realizar fotossíntese por um determinado período de tempo.
Diferente de uma simbiose plena, onde o organismo fotossintético inteiro é mantido, no cleptoplastídio, apenas os cloroplastos são retidos e utilizados. Este fenômeno permite que os organismos heterotróficos beneficiem-se da capacidade fotossintética sem a necessidade de manter toda a alga viva.
A diversidade de plastídios (cloroplastos) nos dinoflagelados resulta da aquisição de diferentes tipos de endossimbiontes fotossintéticos, nutrição heterotrófica, ou ambos, ou seja, mixotrofia.
Os tipos de plastídios encontrados até hoje nos dinoflagelados são classificados em cinco categorias:
(i) um tipo contendo clorofila a mais c (a/c) e fucoxantina derivada de uma Bacillariophyceae;
(ii) um tipo de clorofila a/b derivada de uma Chlorophyceae;
(iii) um tipo de derivado de clorofila a/c e fucoxantina derivado de uma Haptophyceae;
(iv) um tipo de clorofila a/c e ficobilina derivado de um Cryptophyceae;
(v) cleptoplastídeos (plastídeos roubados).
Além dos dinoflagelados com plastídios permanentes (endossimbioses permanentes), existem vários grupos taxonômicos de dinoflagelados com cleptoplastdeos (plastídios roubados, que são plastídios temporários, mas funcionais, capturados de presas.
Dinophysis mitra é conhecida por ser uma das espécies tóxicas de Dinophysis e uma espécie cleptoplastídica, e com base na microscopia eletrônica de transmissão (TEM) e na análise molecular, especula-se que os cleptoplastídeos tenham se originado de haptófitas.
Normalmente, D. mitra retém vários plastídios em uma célula e esses plastídios são roubados de outras microalgas retendo sua atividade fotossintética nas células de D. mitra.
No estudo de Nishitani et al. (2012), foi observado mais de 100 sequências de plastídios diferentes a partir de 14 células de D. mitra; essas sequências foram atribuídas a várias classes de microalgas, como Bolidophyceae, Bacillariophyceae, Dictyochophyceae, Haptophyceae, Pelagophyceae e Prasinophyceae.
Isso sugere que D. mitra é um dinoflagelado único, capaz de adquirir facilmente plastídios funcionais de diversas origens microalgais ao se alimentar de várias espécies de presas ciliadas, em comparação com outras espécies de Dinophysis que possuem kleptoplastídios originários de apenas uma ou duas criptofíceas particulares obtidas pela ingestão da presa ciliada Myrionecta rubra.
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